sábado, fevereiro 12

"esse dia pode ser hoje?"

Saí porta fora apenas com as chaves de casa, telemóvel e os meus prestáveis fones que em dias de rotina são a minha companhia, embora estar a fugir dessa maléfica rotina, levei-os.
Apetecia-me sentir a brisa do mar num dia de inverno, sentir a areia húmida por entre os dedos que nunca chega a secar por completo, estar na praia apenas a ouvir o rebentar das ondas e olhar para o horizonte vendo o reflexo do por do sol na imensidão do oceano, tocar na água e sentir o quanto está fria fazendo a minha pele apelar por dias quentes e mornos de verão aonde aquela praia se enche de alegria e de pessoas, onde acontece os melhores momentos, mas não, a praia tinha-se tornado um deserto gélido.
E eu só pedia para estares a meu lado e que caminhasses comigo à beira mar deixando dois pares de pegadas para trás, abraça-me.
Abri os olhos, era mesmo verdade, estavas mesmo abraçar-me, não estava a sonhar, estavas a olhar-me com esses olhos esverdiados com tons de azul e a sorrir para mim com esse sorriso encantador. A brisa fria desaparecerá, a praia se encheria de vida de novo somente porque lá estavas tu, comigo, perguntaste-me se queria sentar e ouvir reggae eu disse que sim, sentámo-nos na tua prancha de bodybord, afinal os fones já não eram somente e única companhia em dias de rotina, tu também, tinhas tornado numa óptima rotina, envolveste-me de novo com o teu abraço quente e acolhedor e sussurraste ao meu ouvido “um dia serei eu e tu a sentir a liberdade que aquelas ondas contêm” e eu disse baixinho “esse dia pode ser hoje?”.

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