"Agora sinto necessidade de regressar a este
mundo. O mundo onde me exprimo quantas vezes eu quiser. Desconheço quem
me lê mas identifico-me com metade das histórias que leio. Histórias
essas que também desconheço as personagens principais. E como é mais
fácil dar conselhos a estranhos. E até mesmo ouvir os conselhos que nos
querem dar, se forem de estranhos parece outra coisa. As palavras foram feitas
para serem usadas e eu uso-as quanto as sei usar. Tento dizer o máximo
que consigo, exprimir o máximo que sinto. Sei lidar comigo, apesar da
complicação que sou. Tenho pena de quem me atura, na verdade. Mas sei
que quem já não me atura, não tinha problema em me aturar, tinha
problemas consigo próprio, porque quem me conhece não me abandona pelo
que eu sou. O meu feitio apesar de complicado também é demasiado bom,
bom no sentido da pessoa que sou. Não sou nenhuma vítima, não gosto de
pessoas insossas. Mas também não sou o diabo, sou boa com os outros,
ajudo mesmo quem me prejudica, não consigo vingar-me prejudicando
alguém, burra talvez seja. Tenho demasiado amor à bondade no seu
abstrato. A vida ou os meus erros tentam ensinar-me a viver e eu tento
aprender, não me tenho saído mal. Só tenho de arranjar tempo para mim,
para libertar o meu espírito e deixá-lo a vaguear para se purificar de
toda a maldade que cobre este mundo."
Autoria desconhecida mas simplesmente adorei.